segunda-feira, 29 de setembro de 2008

))))))) Fragmentos surreais cotidianos (((((((


Ontem, pela janela do ônibus vi - um corpo "vivo" estendido no meio da rua. Pedaço de carne que valia menos que aqueles expostos nos açougues. Um carro passou, e nem parou, estranho se parasse. Eu também não parei, é verdade, estava dentro do coletivo. Desculpa, inércia, não tem termo que explique.

Era uma mulher gritando calada.

E ainda dentro dele, simultaneamente, a miséria gritava bem próxima nos meus ouvidos... cenas que nos permitem olhar pela janela e fazer de conta que não temos nada a ver com isso.

domingo, 28 de setembro de 2008

Simplesmente

Sinto o vento...
Sinto o tempo...

Mesmo não te vendo, te sinto aqui dentro.

É estranho e um tanto complexo... não sei se é uma invenção,
mas de fato mostra a minha existência, assim como o vento e o tempo...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Mirantes

Estava eu no ponto de ônibus, à espera de um...

Passaram dois e não consegui pegar - pensei: é o hoje que não chego em casa...

Veio o terceiro e de imediato entrei. A viagem estava calma, eu a observar algumas pessoas pitorescas se divertindo num papo animado, e de repente me vi na escuridão da estrada...nossa! Peguei o ônibus errado - fui parar no fim de linha de Mirantes de Periperi.

Neste percurso nunca visto, pude perceber a subvida, as subcasas... o que me mostrou a Salvador distante do que muita gente sonha... o cenário visto da janela do ônibus era triste e cru. Eu tenho através da janela do meu quarto uma imagem similar, mas como estou "acostumada", ela já impregnou o meu cotidiano. Porém, lá é um lugar distante de tudo, sendo a representação desmetafórica do nada...

Não vou negar, o medo tomou-me por completo, pois estava longe de casa, da minha realidade que é um tanto caótica, mas tem poesia, tem cor... e lá, até que eu a encontrei, no entanto era de um profundo protesto, "até quando viveremos assim?"

Governo sai, entra e o nada no seu sentido real, acontece.

Pedi auxílio ao cobrador, ele com sua boa vontade me ajudou e colocou-me em outro ônibus mostrando que ainda existem pessoas boas no mundo.

O alívio voltou, em pouco tempo estava em casa, mas a imagem do caminho permaneceu

Algo triste

A boa vontade do cobrador também - a luz no escuro.