Meus passos àsperos sobre o chão concreto
Mostram-me que ninguém me vê e nem sente
Quem sou eu?
O que faço aqui?
Pra onde vão me levar?
SÓ, em meu olhar perdido no tempo
Percebo que sou produto exposto na vitrine da miséria urbana
A inocência que cabia a mim hoje, nem sei se possuí
O que sei é que sou escravo, sem uma escravidão definida
Do poder capital e da sujeira humana.