Ontem, pela janela do ônibus vi - um corpo "vivo" estendido no meio da rua. Pedaço de carne que valia menos que aqueles expostos nos açougues. Um carro passou, e nem parou, estranho se parasse. Eu também não parei, é verdade, estava dentro do coletivo. Desculpa, inércia, não tem termo que explique.
Era uma mulher gritando calada.
E ainda dentro dele, simultaneamente, a miséria gritava bem próxima nos meus ouvidos... cenas que nos permitem olhar pela janela e fazer de conta que não temos nada a ver com isso.
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